A comissão de Odontologia Hospitalar foi constituída em 2010 na assembleia ordinária durante o XVIII Congresso da SOBEP em Belém do Pará.
Missão: Representar a Sociedade em todas as atividades que envolvam a área da Odontologia Hospitalar no Brasil.
COORDENADOR: Fabrício Bitu Sousa (UFC, CROCE)
MEMBROS:
- Aguida Maria Menezes Aguiar Miranda (Hospital Souza Aguiar - RJ, UNESA - RJ)
- Cassius C. Torres-Pereira (UFPR)
- Celso Augusto Lemos Júnior (FOUSP)
- Eduardo Fregnani (Hospital Sírio-Libanês)
- Karen Loureiro Weigert (PUC-RS, ULBRA - RS, CRORS)
- Marcelo Marcucci (Hospital Heliópolis - SP)
- Paulo Sérgio da Silva Santos (FOB)
- Viviane Almeida Sarmento (UFBA)
No mês que comemoramos o dia do Cirurgião Dentista, a Odontologia Brasileira rediscutiu democraticamente suas Áreas de Atuação, Competências e Especialidades. Nos dias 13 e 14 de outubro, em São Paulo, representantes de todas as entidades odontológicas do Brasil puderam opinar, discutir e votar em várias questões que redefiniram um novo capítulo do nosso exercício profissional. Aconteceu a III Assembleia Nacional de Especialidades Odontológicas (ANEO) do Conselho Federal de Odontologia.
Dentre propostas de novas habilitações, especializações, alteração da designação e da carga horária de especialidades, os membros da Comissão de Odontologia Hospitalar (OH) da Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral e Maxilofacial (SOBEP) e membros das Câmaras Técnicas de OH dos Conselhos Regionais de Odontologia (CROs) tinham uma grande missão: Defender o reconhecimento da OH como uma habilitação, e não como uma nova especialidadeem Odontologia.
Mas é preciso resgatar os fatos que culminaram com esta posição defendida pela SOBEP. Muitos estomatologistas, em todo o território nacional, sempre prestaram assistência em nível hospitalar. A prevenção, o diagnóstico e o tratamento de patologias próprias da boca ou de manifestações bucais de doenças sistêmicas pautaram as atividades desse especialista ao longo do tempo, e em uma grande parcela das vezes pacientes portadores de tais alterações encontravam-se hospitalizados, exigindo sua atuação no ambiente hospitalar. Esse terreno, inóspito para muitos dentistas, entretanto, era habitual não apenas para o estomatologista, mas também para o Especialista em Pacientes Especiais (que regularmente precisa utilizar a estrutura hospitalar para realizar procedimentos odontológicos de média e baixa complexidade, em pacientes cujo atendimento ambulatorial é de difícil manejo) e principalmente para o Cirurgião Bucomaxilofacial.
Há alguns anos, no entanto, começou-se a se discutir no Brasil a necessidade da presença de cirurgiões-dentistas no ambiente hospitalar, ao que se denomina OH. Esse profissional deveria ser capaz de realizar o atendimento odontológico em pacientes hospitalizados. A importância da participação de profissionais de Odontologia nos hospitais é indiscutível, porém nesse momento, um sinal de alerta foi aceso: Já não existiriam profissionais cirurgiões-dentistas preparados para esse campo de trabalho? O que diferenciaria esse novo profissional daqueles que tradicionalmente já atuavam em hospitais? Tais questionamentos inquietaram os especialistas em Estomatologia. A SOBEP não poderia se omitir e respondeu imediatamente. Em 2010 criou sua Comissão de OH, grupo que tinha como responsabilidade, discutir, definir e defender as competências desta área de atuação.
Paralelamente a isto, o CFO estimulou a criação de Câmaras Técnicas de OH, vinculadas aos Conselhos Regionais de Odontologia, que deveriam também discutir esta pauta.Reuniões aconteceram nos estados, encontros nacionais foram promovidos, e esse assunto foi sendo amadurecido ao longo dos meses seguintes.
Os membros da Comissão de OH da SOBEP se fizeram presentes e estimularam o ingresso de estomatologistas nas Câmaras Técnicas Estaduais de OH durante suas reuniões anuais. A ampla participação desses profissionais nos legítimos fóruns de discussão foi fundamental para assegurar que a especialidade de ESTOMATOLOGIA era também exercida em ambiente hospitalar, e a criação de uma nova especialidade de OH determinaria superposição de competências.Entendemos o hospital como um AMBIENTE DE ATUAÇÃOpara o cirurgião dentista de diversas especialidades e não somente uma nova especialidade a ser criada. Quando achávamos que já havia o entendimento e consenso nas Câmaras Técnicas de OH dos CROs,que a OH não seria proposta como uma nova especialidade, o Brasil foi surpreendido pela III ANEO.
No seu regulamento qualquer proposta relacionada a especialidades e habilitações em Odontologia poderia ser discutida e, se aprovada, implementada. Sabíamos que viriam propostas para a criação de uma nova especialidade de OH, e todas as conquistas obtidas até então poderiam ser perdidas. Mais uma vez a SOBEP e a sua Comissão de OH precisaram se mobilizar. Defender nossa posição tornava-se mais uma vez imperioso.
Nas assembleias regionais preparatórias para a ANEO Nacional, que ocorreram nos estados e onde as propostas para habilitações e especialidades deveriam ser lançadas, a habilitação em OH foi proposta na maioria dos estados, comprovando que o trabalho desenvolvido nos estados vinha funcionando. Porém, em um ou dois estados, houve o lançamento da proposta em especialização em Odontologia Hospitalar, e ainda, surpreendentemente, o lançamento de proposta de especialização e habilitação em UTI.
Cientes de suas responsabilidades, Estomatologistas, SOBEPIANOS, membros da Comissão de OH da SOBEP e das Câmaras Técnicas em OH da maioria dos CROs, argumentaram, fizeram-se ouvir e convenceram os quase 650 participantes da ANEO, ainda na primeira parte do evento, com aprovação nos quatro grupos de discussão, aOH foi reconhecida como uma Habilitação em Odontologia, a proposta de especialidade em OH foi vetada antes mesmo da Plenária Geral. As demandas solicitadas em UTI foram recusadas uma vez que a UTI está inserida na atuação hospitalar.
Sem dúvida, uma enorme vitória para a Odontologia Hospitalar. E vamos continuar....
Ainda há muito por conquistar!
COMISSÃO OH SOBEP