Boletim Mensal Dezembro 2002 - SOBEP - Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral
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Boletim Mensal -Dezembro 2002
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Prevenção e combate ao alcoolismo
(Disponível em www.comciencia.com.br)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está
implementando um projeto de prevenção ao alcoolismo
em países em desenvolvimento, com o objetivo central de e
avaliar estratégias que possam servir de base para outros
programas em outros países, através de profissionais
treinados, que facilitarão a prevenção e o
combate à doença.O projeto será implementado
em apenas duas cidades no mundo, no Brasil, a cidade escolhida foi
Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e na África
do Sul, onde a cidade ainda não foi definida. Com recursos
da OMS e profissionais da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), do Departamento de Neurologia Psiquiatria e Psicologia
Médica e do Departamento e do Departamento de Medicina Social,
a pesquisa entra em vigor a partir de 2003.
Entre os fatores que contribuíram para a escolha de Ribeirão
Preto foi o elevado consumo de álcool verificado na cidade
e na região. Para se ter uma idéia, segundo dados
do Ministério da Saúde, a taxa nacional de consumo
do álcool no Brasil chega a 75% entre adolescentes e jovens
até 21 anos, porcentagem que sobe para 85% em Campinas (SP)
e chega a 90% em Ribeirão Preto.
Entre as características que acabam motivando o hábito
de beber álcool em Ribeirão Preto estão o clima
quente durante quase o ano todo, a presença de um grande
número de jovens que chegam à cidade em busca das
universidades, além do elevado número de grandes cervejarias,
como o famoso chope do Pingüim.
As razões técnicas também tiveram peso na escolha
feita pela OMS. Entre elas, o fato de Ribeirão Preto apresentar
o melhor desempenho de programas de assistência primária,
o Programa de Saúde da Família (PSF), do governo estadual,
por onde passam os médicos que trabalham na Faculdade de
Medicina da USP de Ribeirão Preto, que tem um laboratório
especializado em estudos de alcoolismo.
As pesquisas realizadas pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas
em Psiquiatria Clínica e Psicopatologia (NEPPP), da USP,
coordenadas pelo psiquiatra Erikson Furtado, que também será
o coordenador do projeto da OMS, indicam que há um aumento
no uso de álcool entre os jovens, em particular entre as
mulheres. - Há alguns anos atrás, para cada 5 homens
havia uma mulher alcoólatra, hoje essa proporção
caiu para 2 para 1. Outro problema constatado na pesquisa foi que,
um terço do movimento das emergências psiquiátricas
registradas no pronto-socorro do Hospital das Clínicas da
cidade, em 1997, era de casos de alcoolismo, entre os quais a síndrome
de abstinência ao álcool foi o maior número
relativo de diagnóstico individual.
Em outras pesquisas realizadas pelo departamento nas emergências
clínicas e psiquiátricas do Hospital das Clínicas,
constatou-se que 20 em cada 100 pacientes atendidos apresentavam
risco de alcoolismo. No entanto, em uma consulta de rotina ou emergência,
somente 3% deles eram diagnosticados como tal, o que mostra o despreparo
do profissional de saúde, incluindo os psiquiatras, para
identificar o problema. Para a OMS, este é um dos problemas
que serão atacados nesse projeto que quer investir na orientação
de profissionais de saúde - a base para a prevenção
e tratamento efetivo.
Saiba mais sobre o alcoolismo
Dez de cada 100 pessoas em todo o mundo possuem a propensão
a desenvolver a patologia, de acordo com dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS). A doença se desenvolve
basicamente devido a três características: a base
genética, o meio social e o indivíduo. Embora
considerada uma doença sem cura, ela pode ser evitada
e controlada se não houver contato com álcool.
Pelo menos 1 milhão de pessoas são dependentes
de álcool, apenas no Estado de São Paulo. As estimativas
internacionais apontam entre 10 e 15% da população
mundial sofrem da doença causada pelo álcool.
Entre as conseqüências clínicas do álcool
no organismo estão os males gastro-intestinais, as deficiências
nas funções do fígado e do pâncreas
(podendo desenvolver doenças hepáticas, diabetes
e cirrose), carência de vitaminas, problemas cardiovasculares,
impotência, perda de libido, e até problemas mentais
relacionados ao uso abusivo do álcool, como informa o
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
de Ribeirão Preto e Universidade Federal de São
Paulo.
CNPq busca universalizar o fomento à pesquisa
(Disponível em www.comciencia.com.br)
Parte da demanda de verba para pesquisa no país, neste ano,
foi atendida pelos Fundos Setoriais, oriundos de fontes diversas e
que estão sendo aplicados em setores estratégicos da
economia, como o de petróleo e o de recursos hídricos.
Com o Edital Universal, lançado no começo deste mês,
o CNPq pretende universalizar o apoio à ciência e tecnologia,
destinando R$ 30 milhões em recursos do Tesouro Nacional para
pesquisadores e grupos de pesquisa de todas as áreas do conhecimento.
Apesar de estar sendo lançado em período de transição
de governo e prever liberação de verba para o próximo
ano, sob nova administração na esfera federal, o Edital
Universal já estava contemplado no orçamento do CNPq
para 2003. É o que afirma o coordenador de Tecnologia da Informação
da agência federal de fomento, Celso Deusdeth, responsável
pela redação e pelo lançamento do Edital. "Esse
Edital estava planejado para sair em maio deste ano, mas houve um
corte de verbas por problemas de contingenciamento", conta. "Mas
para o ano que vem, a Lei de Diretrizes Orçamentárias
assegura que não haverá contingenciamento dos recursos
destinados às áreas de ciência e tecnologia",
garante.
Segundo Deusdeth, o Edital Universal será significativo naquilo
que ele chama de "atendimento horizontal" das necessidades
de fomento. "O volume de recurso é alto, mas o número
de projetos contemplados também será grande", diz.
"O objetivo é reduzir e organizar a demanda espontânea
de verba, para aplicar o recurso de forma mais pontual, em necessidades
específicas", explica.
Por este motivo o recurso deverá ser aplicado especificamente
na compra de materiais de consumo, equipamentos, livros, e no pagamento
de diárias, passagens e serviços de terceiros, não
podendo ser destinado para obras de infra-estrutura ou compra de móveis
e veículos. Os projetos serão classificados em três
faixas, de acordo com o valor do financiamento. Serão alocados
R$ 7,5 milhões para os projetos que demandarem até R$
20 mil; aqueles que envolverem recursos entre R$ 20 mil e R$ 50 mil,
terão R$ 10,5 milhões; e para os financiamentos entre
R$ 50 mil e R$ 100 mil, serão destinados R$ 12 milhões.
Para concorrer ao financiamento, os pesquisadores deverão estar
cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil,
e ter o seu Currículo Lattes atualizado. Os grupos de pesquisa
concorrentes precisarão comprovar produção científica
ou tecnológica relevante nos últimos cinco anos, e seu
coordenador deverá ter título mínimo de doutor.
O CNPq irá receber até o dia 28 de fevereiro do ano
que vem os projetos concorrentes, que serão analisados de março
a junho. A contratação dos projetos escolhidos será
feita em julho de 2003, pelo prazo de um ano.
Unaids divulga relatório de 2002
(Disponível em www.odontoconcursos.com.br)
O Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids) divulgou
seu relatório de 2002 onde são contabilizados 42 milhões
de contaminados pela Aids no mundo, sendo que as mulheres já
respondem por 50% deste total .
Quase 90% dos contaminados pela doença vivem em países
em desenvolvimento sobretudo na África que concentra a maior
parte dos doentes . Rússia e China são as grandes preocupações
do programa, pois tiveram aumentos extremamente elevados do número
de casos nos últimos anos, de 15 e 7 vezes respectivamente
. O Brasil foi o grande destaque do relatório, sendo o único
país em desenvolvimento a ofertar gratuitamente antiretrovirais
para todos os inscritos em seu programa de combate à doença
. De acordo com o relatório das 230 mil pessoas que recebem
tratamento contra a doença em países em desenvolvimento,
170 mil são brasileiros .
Mortalidade por câncer cresce 43% em 20 anos
(Disponível em www.odontoconcursos.com.br)
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou na passagem do
Dia Nacional de Combate à doença, o Atlas de Mortalidade
por Câncer no Brasil. De acordo com o documento o envelhecimento
da população com aumento na expectativa de vida, que
passou de 63,5 anos nos anos 80 para 68,4 anos, hábitos como
o tabagismo e dietas inadequadas são os principais fatores
de risco para a doença. Entre os tumores com maior incidência
o câncer de boca ocupa o 8º lugar entre os homens e o 9º
entre as mulheres.