Boletim Mensal Abril - SOBEP - Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral
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Boletim Mensal - Abril 2003



   A SOBEP deseja a todos uma Feliz Páscoa!


NOTÍCIAS

Teste de vacinas anti-HIV no Brasil entra em discussão
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OO Brasil deverá integrar uma rede internacional de testes de vacinas anti-HIV, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A Rede de Pesquisa Clínica e Aids preparará instituições interessadas, de diversas regiões do país, para testar futuras vacinas anti-HIV em milhares de pessoas em 2004. Esses testes são a última fase antes da comercialização da vacina. Segundo o médico Luis Fernando Brígido, "o momento é de discutir com o governo, comunidade científica e sociedade. Só iremos consolidar a rede se estes três segmentos estiverem de acordo". Pesquisadores levantam questões polêmicas como os possíveis retornos sociais e econômicos deste tipo de pesquisa.

O objetivo da rede é a preparação para realização de pesquisa em vacinas e medicamentos e a caracterização epidemiológica da doença, já que a Aids pode ser causada por diferentes tipos de vírus. O projeto prevê o aperfeiçoamento do diagnóstico; capacitação de profissionais para desenvolver estudos na área de vacina e trabalhar dados, testar vacinas, realizar campanhas preventivas e introduzir métodos específicos de tratamento. Alguns estados brasileiros já estão se estruturando para integrar a rede como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em Porto Alegre, Recife e Curitiba discutem-se formas de integração à rede.

Na opinião de Frederico Abath, chefe do departamento de Imunologia do Centro de Pesquisas Ageu Magalhães (CPqAM), da Fiocruz de Pernambuco, este tipo de pesquisa deve trazer outros benefícios para países como o Brasil, entre eles a melhoria na estrutura de saúde, geração de empregos, e os chamados benefícios residuais, como aumento da capacidade de oferecer serviços médicos e o compartilhamento das vantagens financeiras geradas nesse processo. De acordo com Abath "o processo deve ter transparência, para isso, todos os acordos devem ser publicamente reconhecidos".

O pesquisador da Fiocruz comenta que o Brasil passa por um contexto complicado no que diz respeito a investimentos na área de saúde, pois o perfil epidemiológico de um país em desenvolvimento se caracteriza, principalmente, por doenças infecciosas e desnutrição. Nos países desenvolvidos o perfil muda, os maiores problemas são de doenças crônico-degenerativas como a arterioesclerose (perda de elasticidade dos vasos). O Brasil acumula os dois tipos de problema gerando uma situação difícil e exigindo investimentos maiores em saúde. Por isso, segundo Abath, "não podemos ignorar que investimentos em pesquisas sobre a Aids são importantes para o país".

Para Marilena Correa, médica do Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, "toda população do país em que ocorreram os testes deverá ser beneficiada, com distribuição gratuita no caso de uma eventual vacina eficaz".

Testes em prática: Estão em condução no país duas vacinas, uma preventiva e outra terapêutica.
Desenvolvida nos Estados Unidos, a vacina preventiva está sendo testada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na fase 2. Esta fase avalia a segurança do uso em humanos e evidências de funcionamento, como o estímulo à produção de células de defesa. A vacina terapêutica funcionaria como um remédio aumentando a resposta imunitária no tratamento de portadores do vírus HIV, desenvolvida por pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com tecnologia Francesa e está na fase 1, que testa a segurança do uso em seres humanos.

Já testam vacinas anti-HIV, dentre outros países, Estados Unidos, França, Itália, Inglaterra, Uganda, Índia, China, Trinidad e Tobago, África do Sul e Haiti. Tailândia é o único país onde são realizados testes na fase 3 (em milhares de pessoas), pois já vem se estruturando para isso há cerca de 15 anos.


Mulheres brasileiras ainda são discriminadas no meio científico
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A emancipação feminina no Brasil tem aumentado nos últimos trinta anos, quando a mulher passou a integrar cada vez mais o meio cientifico. Mesmo assim, as mulheres ainda estão em desvantagem quando compara-se as oportunidades dadas aos homens. Essa questão, entre outras relacionadas ao tema, é discutida com profundidade no livro O Laboratório de Pandora - Estudos sobre a Ciência no Feminino, de autoria da pesquisadora e socióloga Fanny Tabak. O livro é uma das publicações nacionais mais recentes sobre o tema.

"Nos dias de hoje, vejo a presença feminina na vida científica e acadêmica brasileira como muito mais visível e importante do que há algumas décadas atrás - nos anos 70, por exemplo", afirma a autora da obra. Mesmo assim, ela lembra que as mulheres ainda se encaminham para profissões tipicamente femininas, como enfermagem e psicologia. "As engenheiras ainda são minoria, pois ainda existe muito preconceito, estereótipos sexuais que aconselham as meninas a não seguirem carreiras masculinas, como são consideradas as engenharias", diz.

Segundo Tabak, as mulheres conquistaram reconhecimento e prestígio no cenário acadêmico brasileiro, mas ainda estão concentradas em poucas áreas, além de terem dificuldades para alcançarem posições hierarquicamente mais elevadas. As dificuldades são maiores para as mulheres, explica a pesquisadora, pois elas continuam tendo que enfrentar uma dupla jornada (cuidados com os filhos, atenção à casa, marido etc).

A publicação de Tabak é uma forma de estender as discussões de estudos sobre o feminino a um público mais amplo, divulgando os resultados obtidos através de vários estudos realizados pela pesquisadora ao longo dos anos 1990. "Era importante que esse tema - que não tem merecido a atenção devida - viesse a ser discutido e que a maior participação de mulheres em carreiras científicas e tecnológicas fosse estimulada", conta a pesquisadora que atualmente preside o comitê de pesquisa "Sex Roles and Politics", da Associação Internacional de Ciência Política (IPSA), do qual foi fundadora, além de ser diretora de projetos de pesquisa da Unesco e de participar de várias entidades dedicadas ao estudo das questões de gênero e da participação das mulheres na política e na sociedade.

Fanny Tabak é pioneira no estudo das questões de gênero no Brasil. Além de publicações relevante sobre o tema, ela foi responsável pela fundação do primeiro núcleo acadêmico de estudos sobre a mulher nos anos 80, na PUC-RJ (Núcleo de Estudos da Mulher), o que impulsionou o desenvolvimento de projetos em outras regiões brasileiras para estudar o problema da mulher em relação à vida profissional e a igualdade de oportunidades "Infelizmente, não se trata ainda de um tema prioritário para muitas ONGs que se dedicam a estudos e pesquisas sobre a mulher" , lamenta a autora do livro. Apesar de tudo, ela salienta que alguns países têm tomado iniciativas buscando motivar a presença das mulheres no meio acadêmico, e salienta a contribuição fundamental da Unesco. Na opinião de Tabak, o ensino das ciências na escola primária é uma peça chave para ampliar a participação das mulheres nas carreiras científicas.

(O Laboratório de Pandora: Estudos sobre a Ciência no Feminino, Fanny Tabak. Editora Garamond, 2002. 262 pág. R$24.)


Novas Ações e Projetos do Ministério da Saúde

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O Ministério da Saúde, anunciou recentemente a ampliação do programa Saúde da Família, que incorporará mais quatro mil equipes médicas e três mil equipes de saúde bucal . Esta ação, depende de convênios a serem firmados com os municípios.
Outra ação importante foi o reajuste do Piso de Atenção Básica, valor pago por habitante anualmente aos municípios, que passará de R$10,50 para R$12,00, devendo o novo valor ser pago a partir do próximo mês.
No campo dos projetos, as farmácias populares dependem ainda de uma série de investimentos em infra - estrutura, reformas nos laboratórios do governo e planejamento para a distribuição dos remédios. A elaboração do Código de Direitos dos Usuários do SUS também é um projeto, que será estudado.


Curso de Especialização em Estomatologia

A UNISA - Universidade de Santo Amaro ( São Paulo ) estará abrindo curso de Especialização em Estomatologia, dando maior ênfase ao tratamento cirúrgico das patologias do complexo maxilo-mandibular.
A coordenação do curso será de responsabilidade do Prof. Dr. Artur Cerri. Os interessados por favor entrem no site e cadastrem-se no banner "Especialização" para posterior contato.


NOTÍCIAS DA SOCIEDADE

Atlas online de doenças na boca

O Atlas Online de Doenças da Boca, da Sociedade Brasileira de Estomatologia, é um serviço que será disponibilizado pela SOBEP em seu website e constará de um banco de dados de imagens de doenças que afetam a boca, incluindo seus aspectos clínicos, histopatológicos, radiográficos e outros pertinentes, com um breve texto descritivo associado. Todos os sócios da SOBEP são convidados e estimulados a colaborar na construção do Atlas e a partir deste mês as contribuições já podem ser enviadas. Para obter mais informações sobre as normas do Atlas e como colaborar .


Controle do Câncer da Boca no Brasil

A SOBEP participou do "1o Encontro Técnico para o Controle do Câncer da Boca no Brasil" realizado no dia 7/04/03 e patrocinado pelo Instituto Nacional de Câncer através da Coordenação de Prevenção e Vigilância .
Estiveram presentes o Presidente da SOBEP Dr. Abel Cardoso e a Prof.a Sandra Torres, responsável pela Comissão de Ação Social desta Diretoria.


LINKS

Revista Brasileira de Patologia Oral
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A Revista foi lançada no fim de 2002 e seu primeiro volume data de Out/Dez de 2002. A Revista está disponível online com seus artigos em full text. O site é extremamente interessante e bem organizado, contando ainda com um fórum de discussão, banco de lâminas e casos clínicos, caso clínico interativo além de outros ítens. Vale a pena conhecer e prestigiar este trabalho cuidadosamente preparado.


 


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A Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia Oral (SOBEP) é uma entidade científica sem fins lucrativos,
que congrega cirurgiões-dentistas que se dedicam à prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças da boca.